domingo, 31 de outubro de 2010

O QUE ESPERAR DE UMA MULHER NA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA?

O Brasil está, a cada eleição que passa, solidificando a condição de um país democraticamente maduro e desenvolvido. A campanha eleitoral, apesar de todos os percalços como o fraco debate de ideias, a baixaria demagógica dos candidtatos(todos tem seu calcanhar de Aquiles), o grande número de abstenções e a parcialidade da imprensa em favor do candidato tucano conseguiu cumprir com seu objetivo maior que é a transição de poder de forma pacífica e de modo que respeitasse todas as correntes ideológicas.

Mas o pleito que se finda trouxe à baila mais uma faceta da democracia à brasileira: depois de elegermos por duas vezes um ex-operário, quebramos mais um paradigma e agora temos uma mulher à frente do cargo mais importante do país: a de chefe do poder Executivo.

E não é só no Brasil que esses paradigmas estão sendo quebrados. Os EUA elegeram, depois de décadas de segregação racial, um negro para presidente. Na América Latina, chilenos e argentinos aclamaram mulheres para governá-los.  Assim, depois de séculos de opressão, ditaduras e exploração tudo leva a crer que há um caminho para a concretização dos antigos ideais anti-colonialistas de liberdade e justiça.

Não temos bola de cristal para prever que Dilma irá, por si só, acabar com a desigualdade, a violência contra a mulher e vencer tantos outros desafios que estão por vir. Mas pelo menos sua vitória significa que a mentalidade do brasileiro está mudando e quem sabe, com um pouco de boa vontade e de sorte (o mercado é imprevisível) consigamos dar mais um passo em direção ao tão sonhado "país do futuro".

 

sábado, 23 de outubro de 2010

O FUTURO COMEÇA AGORA

Final de ano chegando e também o término de mais uma etapa na vida de milhões de jovens brasileiros: o Ensino Médio. Há quase três décadas atrás (acreditem, não faz muito tempo), terminar o 2º Grau(antigo Científico) era o sonho da grande massa de estudantes, uma garantia de um emprego. A educação superior não era sequer um sonho para a maioria da população e a escolha de uma profissão, que derivasse de mais quatro anos de estudo, era possível somente para os mais ricos ou aqueles muito obstinados.

Mas o Brasil, aos trancos e barrancos, vai revertendo esse quadro. O Ensino Médio já não é mais garantia de emprego(pelo menos com boa remuneração) e a faculdade começa a entrar na vida de milhões de brasileiros. 

Sabemos que ainda falta muito para uma educação de qualidade para todos. Existem muitas diferenças entre as escolas públicas do mesmo estado e até do mesmo municípo, só isso já justificaria alunos que moram longe da suas escolas.
Visto isso, gostaria de colocar também a questão da carreira. Dúvida inglória, mas ao mesmo tempo bem vinda(antes, nem isso). O certo é que escolher uma profissão aos 17, 18 anos, num mundo que muda velozmente, onde profissões desaparecem num piscar de olhos, substituídas pelo avanço tecnológico ou pelo descaso dos governos(professor é uma delas) é uma tarefa das mais difíceis. Dependendo das variações do mercado, uma atividade que apresenta ser lucrativa hoje, pode tornar-se uma grande furada.

Enfim,  se posso dar uma conselho ao jovem que for escolher uma profissão (de nível universitário, ou não) exerça-a com paixão, orgulho e correção e que a defenda com unhas e dentes. Só assim, garantirá sua satisfação pessoal e profissional. 

PS: Se mais tarde, estiver insatisfeito com o que escolheu, tudo bem. Ter coragem para mudar já é um grande passo no caminho do sucesso.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

IMPOSTOS: O QUE VOCE TEM A VER COM ISSO?

Desde o primeiro momento em que o homem começou a se organizar de maneira mais complexa (aparecimento do Estado) os impostos estão presentes nas nossas vidas. Cabia ao Estado arrecadar os excedentes, distribuí-los entre a população que não os produzia, e também repartí-lo entre seus aliados.

No Brasil a carga tributária é uma das mais altas do mundo e seu retorno à sociedade, um dos piores. Ninguém duvida que os impostos e taxas são necessários para o investimento e funcionamento do país. Porém, devido a inúmeras falhas- corrupção, má administração, arrecadação desigual entre ricos e pobres, o sistema tributário brasileiro é cruel. 

Os muito ricos acabam pagando menos impostos do que os mais pobres, uma vez que a renda das classes menos favorecidadas é muito menor e os impostos embutidos no consumo são inúmeros. Assim, os trabalhadores que ganham até um salário mínino(maioria no país) tem que se contentarem com os serviços públicos de péssima qualidade. 

Uma solução para esse probema seria a Reforma Tibutária. Só que por melhor que seja, esbarra num dilema: nem situação, nem oposição querem de fato fazê-la. Usam o tema dos impostos meramente por uma questão política. Mas nehum grupo(seja de fora, ou de dentro do governo) quer efetivamente a redução da carga tributária, nem melhorar os mecanismos de combate à sonegação e à corrupção. Se feita, os governantes perderiam sua maior fonte de renda e barganha.

Mesmo com esse quadro desolador devemos nos mobilizar. Primeiro, é inprescindível exigir a nota fiscal seja do pãozinho nosso de cada dia até uma compra mais cara. Segundo, cobrar do governo( e isso significa protestar veementemente) mais transparência de quanto arrecadamos e melhores explicações sobre os impostos. E se nada disso funcionar, fica a lição de Ghandi: façamos um grande movimento de desobediência civil.

Sei que parece tudo muito utópico, afinal não temos um povo que se qualifiique pela consciência crítica e coletiva. Mas podemos tentar(sempre). E para ajudar a dar um empurrão nesse movimento, os alunos do 3M5 farão uma campanha de esclarecimento sobre essa questão. Será no dia 25 de outubro, nas dependências da escola "Irmã Maria Horta".

Abs a todos...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

LEMBRANÇAS DA MINHA PROFESSORA.

Lembro como se fosse hoje da minha primeira professora. E tenho essas lembranças porque naquela época a gente ficava muito tempo com a mesma professora. Não havia a rotatividade de hoje. Atualmente se ESTÁ professor, é uma condição passageira até  encontrar coisa melhor.

Mas quero falar da professora. Como muitas mulheres de sua geração teve que brigar muito para conquistar seu espaço (apesar do magistério sempre ser palco de domínio feminino). Lembro que contava que sua vida era corrida. Trabalhava em duas escolas, às vezes em três quando o orçamento apertava. Fazia ainda a jornada dupla (tripla?) de trabalho, cuidando da casa, do marido e dos três filhos. Sim, tinha três filhos.

Muitas vezes, sem ter com quem deixá-los, levava-os para a escola e, ali seu papel de professora e mãe confundia-se. Hora do almoço. Correria para chegar em casa, esquentar a comida, dar banho, arrumar. Ufa! Segundo tempo, ônibus lotado, material pesado com as provas e trabalhos corrigidos durante o fim de semana. Finalmente em casa. Lar doce lar. Que nada. Jantar para o marido e os filhos, um com o gosto diferente do outro. Hora de ensinar a lição, tomar a tabuada. O filho do meio, dizia, era o que mais dava trabalho. Contava que o filho tinha mania de esconder uma revista em quadrinhos dentro do livro e fingia que estudava. Mas não adiantava, ele só iria dormir depois da tabuada na ponta da língua.

E lembro também, pelos jornais, que a vida do professor não estava fácil. Baixos salários, pagamentos atrasados, escolas caindo aos pedaços e greves. E a nossa professora foi se meter no sindicato. Aprendeu a ser sindicalista e a defender os interesses não só dos professores, mas por extensão os dos alunos. Sua vida ficou de ponta cabeça. Não estava mais na sala de aula, mas seus compromissos com o sindicato eram muitos. Porém, nunca abandonou a educação de seus filhos.

Vida de professor é difícil, de professora mais ainda. Numa dessas coisas do destino, perdeu seu marido. Se viu com três filhos para criar. Agora trabalhava em três escolas e ainda no sindicato (voz até hoje ativa e respeitada). Não esmoreceu, como dizia um slogan da época "quem é de luta, luta sempre". E assim encaminhou os filhos na Universidade e no mercado de trabalho.

Hoje, depois de tanto tempo, e luta dessa professora, tenho a oportunidade de agradecer publicamente pela sua dedicação, paciência, amor e carinho que sempre teve comigo e com minhas irmãs.

Obrigado mãe. Minha melhor professora.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

FESTIVAL NACIONAL DE TEATRO CIDADE DE VITÓRIA

Vai começar a sexta edição do Festival Nacional de Teatro Cidade de Vitória. O evento vai do dia 13 ao dia 24.

Locais: Teatro Carlos Gomes, Centro Cultural Carmélia. Teatro Universitário, Teatro do Sesi, Teatro Galpão, Estação Porto e Fafi. Haverá também teatro de rua.

Ingressos: Entrada franca. Os ingressos deverão ser retirados a partir das 13 horas do dia do espetáculo. Cada pessoa tem direito a um ingresso.

Peça principal: Simplesmente eu.

Vamos formar um grupo e tentar assistir o maior número de peças, que tal?

domingo, 10 de outubro de 2010

QUEM CONTROLA A IMPRENSA?

A revista VEJA, há muito tempo, vem praticando o pior tipo de jornalismo. Aquele que manipula a informação e o leitor. Beneficiada pela liberdade de imprensa, mas sem nenhuma ÉTICA, ataca somente um partido e sua candidata.
Apropria-se da falta de consciência crítica da maioria de seus leitores para defender seus escusos interesses comerciais e políticos.
Antes que pensem que sou um cara de esquerda dos anos 70, que coloca toda a culpa na Mídia etc, vou logo avisando que NÃO. Sou amplamente a favor da liberdade de imprensa e de expressão. Porém, o que essa revista faz é tão somente contar UM LADO da História. Tornando-se PARCIAL,  a VEJA acaba indo contra a cartilha ÉTICA que prega o jornalismo: sempre ouvir os dois lados e nunca TOMAR PARTIDO.
Mas não é a primeira vez que esse veículo de comunicação faz isso. Só para citar um dos casos mais escandalosos, a VEJA, em 1989, deu amplo espaço ao COLLOR e o fabricou, junto à GLOBO, como o político que representava o país moderno e honesto. LULA era SATANIZADO. Na mesma eleição, num ato de desespero, também deram espaço para o JOGO SUJO ao lembrar uma história pessoal do candidato Lula, que teria pedido à sua companheira que fizesse um aborto. O resultado, todo mundo conhece, COLLOR venceu as eleições.
Mas do mesmo modo que coloca alguém no poder, essa revista também ajuda a tirar. Vendo que sua imagem poderia ser manchada (afinal, ajudou a elegê-lo) detonou o então presidente com as notícias de corrupção (que hoje, parecem mais roubo de galinha).
Enfim, a questão que quero colocar é: Qual a credibilidade que deve ser dada a essa revista? Qual deve ser nossa posição? Não estou pedindo votos para a DILMA. Nem demonizando o SERRA (apesar de sua campanha baixaria). Só peço que não caiam no canto falso da sereia.
PS: A coluna do jornalista Élio Gasparia trata sobre o uso político do aborto nas eleições. (Jornal A Gazeta,10/10/10)                                                                

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

ABORTO: QUEM TEM RAZÃO?


Pensei algum tempo antes de decidir escrever sobre o aborto. É o tipo de tema que incomoda só de falar o nome. Envolve setores da sociedade que raramente estão em sintonia entre si, como os cientistas, a Igreja (seja qual for) a população (independente da classe social) e o governo(aí, depende do interesse do grupo que está no poder).

Para começar queria esclarecer um dos pontos fundamentais sobre o aborto: quando começa a vida.

Segundo o professor Roberto Goldim, em entrevista à revista Superinteresante (219), "Biologicamente, é inegável que a formação de um novo ser, com um novo código genético, começa no momento da união do óvulo com o espermatozóide. Mas há pelo menos 19 formas médicas para decidir quando reconhecer esse embrião como uma pessoa."

Bom, fica claro que a própria ciência tem dificuldade em reconhecer o estágio mais primevo da vida humana. Uma das correntes mais fortes dos cientistas sugere que a vida começa quando as atividades cerebrais são formadas. Então, segundo esse ponto de vista, abortar até o segundo mês de gravidez não seria crime.

Por outro lado,para a Igreja," vida é o encontro de um óvulo e um espermatozóide e, portanto, não há qualquer diferença entre um zigoto de 3 dias, um feto de 9 meses e um homem de 90 anos." (Superinteressante, 219)

Controvérsias a parte, um outro lado da questão do aborto tem que ser colocado. A questão dos direitos individuais e da saúde da mulher. Quando o Estado Democrático de Direito, regula o que se pode ou não fazer, interferindo na capacidade de escolha dos indivíduos, torna-se o oposto daquilo que representa. E essa interferência afeta não só a liberdade de escolha, mas também a saúde das pessoas envolvidas. Enquanto o Estado não assume sua responsabilidade, proliferam as clínicas clandestinas que mais parecem verdadeiros açougues humanos. Assim, a mulher, principalmente a mais pobre, fica duplamente desamparada.

E toda essa discussão sobre tema tão relevante fica ainda mais obscura quando interesses de grupos políticos, preocupados somente em estar no poder, usam a boa fé das pessoas para  criar um clima de Inquisição medieval, em pleno século XXI. Assim,  as ideias e o debate, ficam relegados a segundo plano. Disseminando, desta forma, o medo e o temor entre a população.

 Mas como é a questão do aborto em outros países? Também na Superinteressante(219), encontramos a seguinte situação:
EUA
O aborto é permitido nos EUA desde 1973, quando a Suprema Corte reconheceu que o aborto é um direito garantido pela Constituição americana. Pode-se interromper a gravidez até a 24ª semana de gestação - na época em que a lei foi promulgada, era esse o estágio mínimo de desenvolvimento que um feto precisava para sobreviver fora do útero.
Japão
Foi um dos primeiros países a legalizar o aborto, em 1948. A prática se tornou o método anticoncepcional favorito das japonesas - em 1955 foram realizados 1 170 000 abortos contra 1 731 000 nascimentos. Hoje, o aborto é legal em caso de estupro, risco físico ou econômico à mulher, mas apenas até a 21ª semana - atual limite mínimo para o feto sobreviver fora do útero.
França
Desde 1975 as francesas podem fazer abortos até a 12ª semana de gravidez. Após esse período, a gestação só pode ser interrompida se dois médicos certificarem que a saúde da mulher está em perigo ou que o feto tem problema grave de saúde . Em 1988, a França foi o primeiro país a legalizar o uso da pílula do aborto RU-486, que pode ser utilizada até a 7ª semana de gestação.
Chile
Proíbe o aborto em qualquer circunstância. A prática é considerada ilegal mesmo nos casos que colocam em risco a vida da mulher. Em casos de gravidez ectópica - quando o embrião se aloja fora do útero, geralmente nas trompas - a lei exige que a gravidez se desenvolva até a ruptura da trompa, colocando em risco a saúde da mulher.

Podemos notar então que ainda existem diferenças de concepções entre os países acerca da legalização ou não do aborto.  Mas o fundamental, é que ocorra aqui uma legislação que venha beneficiar a vida. Como ainda não somos um exemplo de sociedade justa,em todos os aspectos, temo, que se legalizado o aborto, seja utilizado como válvula de escape para nossos problemas mais dramáticos e urgentes como a pobreza, a falta de saúde e educação do nosso povo.

PS: Poderia desenvolver muito mais o tema, mas deixo para fazer isso à medida que forem chegando os comentários. Abs

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A DERROTA DE DILMA SEGUNDO O PREFEITO JOÃO COSER

Era para ter saído no final do texto anterior.

Perguntado sobre o fraco desempenho da candidata a presidente Dilma, o então prefeito de Vitória, João Coser, em entrevista ao jornal A Gazeta, comentou: "a derrota da Dilma se deve ao fato de Vitória ser uma cidade de classe média alta"

Queria saber do prefeito se apenas os bairros da Praia do Canto, Enseada do Suá, Ilha do Boi e Fradinhos fazem parte de Vitória.

Há quanto tempo o senhor João Coser não frequenta a região de São Pedro, SAnto Antônio e adjacências? Vai esperar uma nova eleição para prefeito?

Como diria o ex canhotinha de ouro (Gérson) "É BRINCADEIRA?"

O OUTRO LADO DAS ELEIÇÕES

Ontem foi a sexta eleição democrática pós-ditadura militar. Em 25 anos de democracia o país prova que está firme no sentido de solidificar esse sistema. Mas não quero, pelo menos neste texto, falar dos problemas que temos que enfrentar se quisermos aperfeiçoá-lo.

Quero falar de como percebi o sentimento do povo (aqui, no sentido de parcela mais pobre da população) em relação ao voto e ao significado que nosso sistema político representa para eles.

Fui trabalhar como Coordenador. Vitória é dividida em várias áreas. Fiquei na área 12. Região que engloba parte de São Pedro e parte de Santo Antônio. Seis escolas ao todo. Lugares onde a pobreza ainda insiste em revelar sua face mais cruel: a do abandono. A população que vi nas ruas é carente em todos os sentidos, as escolas são péssimas, áreas de lazer improvisadas nos campinhos de terra e por aí vai.

Meu trabalho consiste em coordenar equipes de mesários e prepostos e resolver os problemas que aparecerem (claro, contando sempre com a orientação da Justiça Eleitoral). Assim, vi de perto como o eleitor vota. Esqueça se ele sabe todas as propostas e "planos de governo" dos candidatos. Se está ligado nas acusações contra o governo e aliados. Produto Interno Bruto? Lei de Responsabilidade fiscal? Reforma Política, Agrária? Infelizmente o povo não tem a mínima noção.

As falas mais correntes nos corredores apertados das escolas eram se tal candidato é mais simpático do que outro, que tal candidato estava distribuindo dinheiro e por isso tinha seu voto, que a fila estava grande, que mudaram a seção de votação para uma outra sala. Enfim, os exemplos são muitos e mostram que apenas uma pequena parcela do eleitorado está realmente consciente no que acontece.

E por isso, por saberem que a maior parte dos eleitores não consegue acompanhar o noticiário político, entender seus termos rebuscados ou simplesmente lembrar quem foi cassado por corrupção que os maus políticos sempre acabam ganhando a maioria das cadeiras parlamentares e assim, dificultam o trabalho de gente honesta e competente.

Faço então um pedido para aqueles que tiveram e continuam tendo acesso à educação (não só baseada em saber ler,escrever e contar) que dividam esse conhecimento aos vizinhos, aos colegas que ainda não se interessam por política, incentivando mais pessoas a alcançarem a verdadeira cidadania.

Abs.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

E AGORA, COMO FICAREMOS SEM ZICO NAS TARDES DE DOMINGO NO MARACANÃ..


Acordei hoje para trabalhar e como sempre( nem tanto) ligo o computador para saber o que perdi durantes as poucas horas em que estive dormindo. Entro no site da Globo e quase não acredito no que leio. Zico, maior ídolo da minha geração, acabara de deixar o Flamengo.

Essa notícia me fez voltar no tempo, mais precisamente em 1985. Tinha apenas dez anos quando veio a notícia(essa sim, inacreditável) que nosso maior craque estava de malas prontas para a Itália. Foi como eu e milhões de pessoas ficássemos órfãs. Daí o título deste texto, que lembra uma música do Moraes Moreira. Recordo que chorei muito e não entendia como uma pessoa tão querida pudesse nos deixar assim, de repente.

Mais tarde fui entender que existia o interesse de outras pessoas, que o clube não era prioridade nem seu torcedor, mas sim o dinheiro. E por que eu estou falando sobre um cara que muita gente desta geração nem sabe quem foi? O que o episódio da saída dele de um clube tem a ver com o tema do Blog? Simples. Zico chega ao Flamengo querendo mudar as coisas. Transformá-lo de novo naquilo que sempre foi: respeitado, vencedor e, principalmente, apaixonante.

E é justamente isso que a maioria de nós queremos, pessoas capazes de priorizar a ética, a honestidade e o compromisso com o povo. Mas o tempo passa e aqueles homens e mulheres que tanto acreditávamos nos decepcionam. Não que eles tenham se entregue à corrupção, aos interesses escusos da elite podre do nosso país. Só não conseguem agir, são engessados pelo chamado SISTEMA. E, finalmente , coagidos e ameaçados em sua integridade física e familiar, nos deixam.

Não estou, em hipótese alguma, criticando a atitude de Zico, só lamentando que até mesmo pessoas como ele, vencedoras, honestas e idealistas que carregam a esperança de toda uma nação decidam sair de cena.

Parafraseando o que escrevi no início, pergunto: e agora, como ficamos sem pessoas como Zico?

PS: Este texto é para todos aqueles que amam o futebol e ainda tem esperança no Brasil.