Talvez ontem tenha sido um dos momentos mais esclarecedores do governo que tivemos e do que ainda vamos ter. A bomba foi a seguinte: a presidenta Dilma vetou a veiculação nas escolas da cartilha que orienta e combate a homofobia. Cedeu à pressão da bancada evangélica (composta por 74 deputados), que em troca de seu veto, não assinaria o pedido para a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra o Ministro Chefe Antônio Palocci.
Até aí, por mais suja que seja a política institucional brasileira, o que estava caracterizado era a troca de favores (totalmente condenável e passível de punição). O pior veio depois, quando veio a explicação oficial para o veto: Segundo assessores diretos da presidência, Dilma não teria gostado do conteúdo da cartilha contra a homofobia e que qualquer material que verse sobre "costumes" deverá passar antes por sua autorização.
Então meus amigos, moral da história (triste e patética): A nossa presidenta, eleita não só com o apoio das mulheres, mas também de todos aqueles que acreditavam em mudanças que garantissem os direitos civis de TODO o povo brasileiro, de uma só vez, entrega seu cargo e sua cabeça de bandeja para a banda podre da nossa política. Assim, acoberta (como todos os governos fizeram, né Lula?) corruptos novos e históricos e de quebra, garante um perigoso precedente aos grupos mais conservadores e intolerantes do Congresso.
Enfim, não quero dar uma de saudosista nem de adorador do passado, mas bem que está faltando um pouco daquela mobilização popular dos anos de chumbo ou dos anos Collor.
PS: O triste é saber que a maior parte da sociedade é a favor do veto à cartilha anti-homofobia. :(
:(
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