quinta-feira, 26 de maio de 2011

ATÉ QUANDO VAMOS AGUENTAR?

Talvez ontem tenha sido um dos momentos mais esclarecedores do governo que tivemos e do que ainda vamos ter. A bomba foi a seguinte: a presidenta Dilma vetou a veiculação nas escolas da cartilha que orienta e combate a homofobia. Cedeu à pressão da bancada evangélica (composta por 74 deputados), que em troca de seu veto, não assinaria o pedido para a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra o Ministro Chefe Antônio Palocci. 

Até aí, por mais suja que seja a política institucional brasileira, o que estava caracterizado era a troca de favores (totalmente condenável e passível de punição). O pior veio depois, quando veio a explicação oficial para o veto: Segundo assessores diretos da presidência, Dilma não teria gostado do conteúdo da cartilha contra a homofobia e que qualquer material que verse sobre "costumes" deverá passar antes por sua autorização.

Então meus amigos, moral da história (triste e patética): A nossa presidenta, eleita não só com o apoio das mulheres, mas também de todos aqueles que acreditavam em mudanças  que garantissem os direitos civis de TODO o povo brasileiro, de uma só vez, entrega seu cargo e sua cabeça de bandeja para a banda podre da nossa política. Assim,  acoberta (como todos os governos fizeram, né Lula?) corruptos novos e históricos e de quebra, garante um perigoso precedente aos grupos mais conservadores e intolerantes do Congresso.

Enfim, não quero dar uma de saudosista nem de adorador do passado, mas bem que está faltando um pouco daquela mobilização popular dos anos de chumbo ou dos anos Collor.

PS: O triste é saber que a maior parte da sociedade é a favor do veto à cartilha anti-homofobia. :(

segunda-feira, 23 de maio de 2011

RODA, RODA, RODA E AVISA, UM MINUTO PRO COMERCIAL

A semana que começou foi repleta de participações da professora Amanda Gurgel em diversoa programas de TV. Faustão, jornais, internet, enfim, todos queriam tirar uma casquinha da fama repentina alcançada através de um discurso inflamado e inquietante.

Até aí tudo bem. Já disse aqui que concordo com tudo o que a professora disse e natural que sua fala ganhe destaque nos mais variados espaços da mídia. O problema está na indignação revelada pelos apresentadores desses programas. Como se só agora fosse desnudada a real situação dos professores no país. Há décadas o descaso da educação é de conhecimento das autoridades e do povo. Afinal, os filhos estudam nas péssimas escolas públicas.

Infelizmente, quando acabarem os 15 minutos de fama da professora, o problema da educação no Brasil ficará para trás e abrirá caminho para a mais nova fofoca do mundo artístico. O povo não aguenta temas sérios durante muito tempo. Cansa. Outras cenas precisam ser escritas para entreter o cidadão cansado e abandonado à própria sorte. Para que falar do caso Palocci? Vamos comentar sobre o desempenho dos artistas na "Dança dos Famosos" ou em qualquer outro programa do gênero.

Como diria o falecido comunicador de TV, Chacrinha: "Roda, roda, roda e avisa, um minuto pro comercial"

quinta-feira, 19 de maio de 2011

DESABAFO DA PROFESSORA AMANDA GURGEL-RN

Esta é uma daquelas oportunidades dais quais, quem faz da educação seu ofício, não pode perder. Trata-se de uma das falas mais pontuais a respeito da situação precaríssima na qual se encontra os professores do Brasil inteiro. Então, para quem não viu ou já assistiu pelo youtube, aí vai o vídeo da professora Amanda Gurgel.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

CONCURSO

O concurso está aberto a todas as pessoas interessadas.

PS: O texto tem que ser original. Pode se basear em outras fontes, desde que devidamente citadas.

terça-feira, 17 de maio de 2011

CONCURSO DE TEXTOS

Tem uma ideia bacana para um texto? Quer deixar registrada sua posição política? Quer trocar opiniões com todo o mundo?  Então escreva um texto para o blog!! Os 3 melhores textos serão premiados!!

REGRAS:
1. PRAZO: Até dia 31/05/11
2. TEXTO: Arial, 14, espaço simples.
3. A comissão julgadora se reserva o direito de não publicar textos que incentivem o preconceito, a discriminação ou qualquer outra coisa dessa natureza.
4. PREMIAÇÃO: A definir (mas vai ser alguma coisa bacana) 
5. E-mail: Os textos deverão ser enviados para o e-mail: descobrirapolitica@gmail.com

VARIAÇÕES SOBRE O MESMO TEMA

Mais uma vez abro espaço no blog pra falar de preconceito e discriminação. Desta vez serei breve. 

Minha indignação vai para todos os que querem fazer da cartilha contra a homofobia, produzida e distribuída pelo MEC, uma Cruzada a favor da família(?), da Moral, dos Costumes etc. O pior é que até a imprensa, que se diz tão defensora da liberdade e dos direitos civis, comprou essa ideia homofóbica e discriminatória chamando o projeto do MEC de "KIT-GAY".

O importante, independente da orientação sexual ou de qualquer outra condição, é ficarmos sempre alertas e não deixarmos que ninguém (governos, leis, sociedade, igrejas) vá de encontro ao direito inalienável do ser humano de ser feliz.

terça-feira, 10 de maio de 2011

A LÓGICA PERVERSA DO PRECONCEITO (PARTE II)

Sexta-feira, dia 13/05, "comemoramos" mais um ano da assinatura, pela princesa Isabel, da Abolição da Escravidão no Brasil. Fomos um dos últimos países no mundo a acabar com tamanha violência contra seres humanos.

No final do XIX,  nascia a República. As ideias desse regime ganharam força no Brasil a partir do fim da Guerra do Paraguai (com o fortalecimento do Exército) e tinham como norte, entre outros, o federalismo e a separação entre Estado e Igreja. Porém, essa nova forma de governo não previa a inclusão dos novos cidadãos (?), provenientes de séculos de escravidão. Assim, sucessivos governos (e a própria sociedade) excluíram a maior parte da nossa população. Negaram educação, saúde, segurança, renda, terra, enfim, todos os elementos formadores de uma vida cidadã. 

Atravessamos um século (XX) nessa mesma pegada. Presenciamos a luta por direitos civis nos EUA e na África do Sul. Nesses lugares, o preconceito contra o negro estava nas ruas, no rancor e na violência dessas sociedades intolerantes. O Apartheid acabou, mas não a luta por direitos, liberdade e justiça.
Infelizmente, no Brasil, a escravidão ganhou contornos mais "suaves" nas mãos da elite intelectual do início do século XX. Segundo o livro mais famoso sobre o tema, Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre, a relação Senhor X Escravo estava recheada de "bondades". Nesta linha, os conflitos existentes na sociedade brasileira seriam amortecidos, isto é, os antagonismos que poderiam ocasionar choques violentos caminhariam, no Brasil, para um processo de harmonização que encobriu durante muito tempo uma sociedade preconceituosa, intolerante e violenta com o negro. 

Chegamos ao século XXI e ainda não conseguimos solucionar nossos problemas sociais. A discriminação contra o negro está presente nos índices de qualidade de vida, saúde, educação, entre outros. Por tanto, não creio que temos o que comemorar e sim protestar, e muito. Não podemos aceitar somente algumas leis e políticas públicas paliativas (como o sistema de cotas) para solucionar a questão do negro. 


Respeitar, em toda sua plenitude, quem foi fundamental para a construção do nosso país é dever de todos nós. Só assim, construiremos um país mais justo, onde prevaleça, na prática, o que está escrito na nossa Constituição: que todos somos iguais.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

A LÓGICA PERVERSA DO PRECONCEITO NO BRASIL (PARTE I)

Como sempre ocorre em épocas festivas o comércio, com o apoio da mídia, aproveita o clima emotivo da população e tenta nos empurrar seus produtos e conceitos de amor, felicidade, prazer, etc. A bola da vez agora é o Dia das Mães.

Mas o post não vai entrar nesse caminho de analisar a comercialização das datas festivas, fica para uma próxima vez. Vamos tratar é de uma lógica muito mais perversa, violenta e, ao mesmo tempo, muito sutil: o preconceito embutido nas propagandas no Brasil.

Estive nos últimos dias atento aos comerciais de shoppings, lojas, e dos mais variados produtos: de perfume a carros. Todos, sem exceção, excluíam a mulher negra, a família negra. Como se a base da família brasileira fosse composta somente  por membros brancos. Num país onde predominam pardos e mestiços e com o aumento cada vez mais significativo dessas camadas à classe média, é no mínimo um contrasenso que os meios de comunicação, agências de propaganda, comércio e indústria tentem impor à sociedade e consumidores sua visão do país.

Apesar de passados mais de cem anos do fim da escravidão continuamos a pensar que somos uma nação branca, e que os negros são estranhos no ninho. Antes presos a seus senhores, os negros foram despojados de direitos e consequentemente da cidadania plena após o 13 de maio de 1888. Como consequência, a grande parte da população brasileira sofre com a falta de educação, saúde e de oportunidades. Para além desse quadro de marginalização, quando  essa parte do povo brasileiro consegue, com muita luta, ascender a um determinado padrão de vida, são simplesmente ignorados pelos meios de comunicação de massa e pelo mercado.

Bem, a este ponto você deve estar a pensar que se o Congresso Nacional fizesse uma lei que obrigasse a inclusão de negros(as) nas propagandas, tudo poderia ser diferente. Ledo engano. Essa lei já existe! Ela criou o Estatuto da Igualdade Racial, que instituiu um amplo leque de políticas públicas de igualdade racial ne educação, saúde, concursos (cotas), etc. Mas, como no Brasil do presente e do passado a lei é só para "inglês ver" (lembram do Bill Aberdeen, da Lei do Ventre Livre e do Sexagenário??).

Enfim, resta a nós lutarmos contra essa lógica perversa que, ao mesmo tempo que prega o discurso de liberdade e cidadania, impõe-nos um mundo que não corresponde à realidade.

terça-feira, 3 de maio de 2011

REAJA AO BULLYING*

Achei o maior barato (alguém ainda usa essa gíria?) o último post do blog do Alan Sieber. Como não teria nenhuma ideia mais bacana, (de novo??) estou reproduzindo sua tira sobre Bullying. Mas os comentários podem ser originais. (espero que o cara não me processe).

Aqui vai o link do blog: http://talktohimselfshow.zip.net/

"SÃO TODOS IGUAIS. E TÃO DESIGUAIS, MAS UNS MAIS IGUAIS QUE OS OUTROS..."


segunda-feira, 2 de maio de 2011

SOMOS NÓS IDIOTAS?

Basta ficar um tempo fora da rede que parece que o mundo deu muito mais do que três voltas em torno de si. Estou falando, claro, da morte de Osama Bin Laden.

E não me impressionam nem um pouco as manifestações exageradas dos americanos pelo assassinato do líder da Cruzada contra o Ocidente. Mas como disse, comemorações exageradas. E, para defender essa minha ideia, peço licença para reproduzir um desabafo do jogador de basquete, o norte-americano Douglas-Roberts:

"...No entanto, Douglas-Roberts não segurou suas palavras e atacou bastante o povo americano. "Isto é uma celebração?", comentou o atleta em seu Twitter, depois de todas as televisões mostrarem a multidão que estava na frente da Casa Branca, comemorando a morte. "Seria isto o início de uma grande guerra religiosa? Espero que não (balançando minha cabeça", continuou.
Em seguida, sendo vítima de muitas críticas e atacado por muitos seguidores, o jogador desabafou. "Eu sou o idiota? Você é cristão. Deus ficaria feliz com você comemorando a morte?", questionou, ao ser insultado. "Foram necessárias 919.967 mortes para matar este cara. Foram necessários dez anos e duas guerras para matar este cara. Nos custou aproximadamente US$ 1.188.263.000.000 [R$ 1,9 trilhões, aproximadamente] para matar este cara. Mas estamos vencendo (sarcasmo)", continuou."

E para fechar este texto e começar a discussão (espero), tem mais um detalhe que os americanos estão esquecendo. Osama, apesar de um poderoso símbolo antiamericano, não controla todos os grupos terroristas.  Assim, é questão de tempo para novos ataques recomeçarem. O final desta história todos já sabemos: a morte de milhares de inocentes.