Deixei para comentar o episódio na escola do Rio de Janeiro só agora, até para ter uma visão mais clara dos acontecimentos. Mas é claro que ninguém consegue emitir uma opinião sem estar emocionalmente ligado à tragédia ocorrida.
Depois de ouvir especialistas criminais, psicólogos, educadores, jornalistas enfim, todos bateram na mesma tecla de que o assassino/suicida, provavelmente, teve problemas de perseguição (bullyng) nos seus tempos de estudante. E que isso, de certa maneira, o levou a cometer esse ato insano.
Só que ao meu ver, mais do que tentar compreender a tragédia é necessário tentar evitar que esse tipo de ação se repita. Infelizmente vão pipocar no Congresso leis que tentarão combater esses acontecimentos da pior maneira possível: com autoritarismo e restrição da liberdade.
Já podemos imaginar leis proibindo o uso de mochilas, obrigando a passagem dos alunos por detectores de metal, instalação, obrigatória, de câmeras de seguranças, aumento da repressão(não pode isso, não pode aquilo). As proibições são inúmeras e o que não falta é criatividade para nossos "bem intencionados" políticos que vão querer aparecer às custas do sofrimento alheio.
Acho que ganharíamos mais se voltarmos nossos olhares para dentro das escolas. Construindo com ela diálogos francos e democráticos em parceria com alunos, pais, professores e equipe pedagógica, governo e sociedade.
Ao mesmo tempo, é imprescindível qualificar concretamente os profissionais da educação. Melhores salários,menor carga horária de sala de aula, melhor ambiente de trabalho, etc.
E então? Vamos ficar sentados esperando outra tragédia dessas?
PS: Não posso deixar de mencionar que a SOCIEDADE também é responsável por esse episódio. Ela também descrimina e marginaliza quem não consegue se adequar aos seus padrões de comportamento.