terça-feira, 19 de abril de 2011

QUANDO PENSO EM CHE, FIDEL..

    Acredito que aprendi a gostar de História lá pela 7ª, 8ª série. Era época de estudar História da América, Guerra Fria, Comunismo, Capitalismo, enfim, tudo isso ainda estava acontecendo (a "História viva"). E num dos trabalhos comecei a estudar a Revolução Cubana. A partir desse tema conheci mais a fundo a história de Che, Fidel, da luta contra o capitalismo e a exploração norte-americana. 
    Era um universo novo que estava se abrindo para um garoto de 13, 14 anos e a figura de Che se destacava como a de um homem destemido, preocupado com o povo disposto a levar a Revoluçao cubana para toda a América. Ajudava nessa imagem, a famosa foto tirada em Havana, em 1960, pelo fotógrafo cubano Alberto Díaz Gutierrez. Che foi embora de Cuba, realizar seus sonhos revolucionários. Foi-se o homem, ficou o Mito.

   Sobrou Fidel Castro. Líder do grupo que tomou a Baía dos Porcos. Conseguiu, juntamente com o enorme esforço do povo cubano, provar que o Socialismo podia sim dar certo. Mas aí veio a derrocada da URRS e o fim da ajuda de custo que garantia o excelente nível de vida cubano. Fidel e seu Partido não quiseram abrir os olhos para o que estava acontecendo no Leste Europeu. Cuba foi ficando cada dia mais isolada e seu comandante cada vez mais perdido no tempo e no espaço.

  Ao mudar de postura, de revolucionário/visionário a ditador, Fidel morreu, mas esqueceram de avisá-lo. Hoje, como num desses momentos em que damos corda no relógio para ajustar a hora, Castro renuncia ao Partido Comunista. Será que finalmente um novo tempo chegou à Cuba?   Poderá Cuba voltar a ser o que era, numa mistura de capitalismo com Estado de Bem-Estar-Social? A resposta agora parece ser negativa, mas só o tempo dirá.

3 comentários:

  1. Na verdade, o processo de falência do Estado cubano terminou, ao mesmo tempo em que as experiências neoliberais na América Latina chegaram ao fim. Com o levante dos governos de esquerda (desde social-democrata até socialistas) na América Latina - em especial, na América do Sul - Cuba saiu do isolamento. Hoje, Cuba tem a soberania garantida pelo apoio político da Unasul, assim como também tem fortes relações comerciais com países como o Brasil, Venezuela, Bolívia, Paraguai e Argentina. As reformas propostas por Raul são reformas do sistema socialista - sistema esse que garantiu ao país uma história diferente da de seus vizinhos Haiti e República Dominicana.
    Já sobre Fidel ter se tornado um "ditador", acredito que isso soa muito mais com a fala de Reinaldo Azevedo do que a de um historiador.
    As eleições cubanas são transparentes e acompanhadas por observadores de todo o mundo. E, diferente dos países "democráticos", em Cuba qualquer cidadão cubano pode se candidatar. E, ao contrario do que se divulga, o Partido Comunista Cubano não é um partido eleitoral.
    Conheça mais o sistema eleitoral cubano:
    http://convencao2009.blogspot.com/2011/04/o-sistema-politico-em-cuba-uma.html

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  2. Apesar de Cuba angariar apoio de seus irmãos latino-americanos, o embargo dos EUA ainda é decisivo para a perpetuação do estado de pobreza da ilha. A população se alimenta com ração dada pelo governo. As conquistas da Revolução vão, aceleradamente, desaparecendo. E não temos outra palavra para explicar a atuação de Fidel como governante a não ser a de ditador, que prendeu, matou ou exilou opositores de seu regime.

    Aliás essa é uma característica comum aos regimes totalitários surgidos no século XX, tanto de direita como de esquerda: a perseguição implacável a quem se opõe, critica ou não colabora com o sistema.

    Essa crítica ao regime cubano não invalida também o elogio ao notável progresso educacional, científico e esportivo que o socialismo provocou. Pena que o direito às liberdades individuais não foram contemplados nesse contexto.

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