Ontem a noite passou na tv o VMB, evento que reúne os destaques musicais do Brasil no ano. Pelo menos é isso que parecia. Confesso que não vi tudo. Na verdade a galera no twitter dava conta de me atualizar do que estava acontecendo.
Bom, pelo pouco que vi e muito do que li no twitter, o cenário do rock nacional está de mal a pior. Tudo muito pasteurizado, uma linguagem artística que não precisamos nos esforçar muito pra entender ou que não nos exija tanto.
Não quero bancar o saudosista barato. Sei, como professor de história, que "todo passado é homérico", mas sinceramente falta algo que nos sobrava nos ano 70, 80 e até meados dos 90. Nós tinhamos grandes desafios pela frente.
Estávamos, aqui no Brasil, lutando contra a Ditadura Militar e toda a gama de violência e censura que ela provocava. Depois, com a liberdade garantida, descortinava-se um novo país. E não era muito bonito o que podia se ver. Décadas de regime ditatorial e nos tornamos um país miserável e injusto.
Nesse ambiente hostil, a criatividade, a irreverência e um certo espírito contestador marcaram a nossa música e principalmente o rock.
Votamos pela primeira vez em muito tempo para presidente. Puxa! Quase elegemos o verdadeiro presidente operário.Nessa leva surgiram bandas que nos deram alguma esperança que o Brasil poderia ser o tal "país do futuro".
Porém em 91/92 um episódio colocava em risco nossos frágeis primeiros passos de nação democrática: O escândalo Collor de Melo/Pc Farias. E foi a juventude que logo se levantou com sua alegria e crítica mordaz, nas músicas e passeatas, contra a corrupção e pela democracia.
Mas como num passe de mágica, como num show no qual a banda favorita da gente não volta para um bis, tudo perdeu o sentido, fomos nos acomodando ou será envelhecendo? Tudo parece ter ficado mais do mesmo.
Agora, surge uma nova geração que possui computadores, internet, celulares multimídias enfim, todo o arsenal para levar sua insatisfação típica da juventude aos quatro cantos do mundo. Contudo, quis o destino(?) que essa geração jogasse fora todo o trabalho de "limpar o terreno" que nós tivemos.
Fico aqui aguardando, não de braços cruzados, um sopro de vigor na música brasileira que nos liberte do estado de letargia profunda em que a maioria de nós vive. Enquanto isso não acontece, vou ouvindo o meu velho e bom Rock and Roll.
Tuas crônicas estão ficando muito boas.
ResponderExcluirLembranças antigas de sentimentos novos. Ou seria o contrário? Ficou muito bonito isso aí.
Não vou dizer mais nada pra não inflar muito teu ego, já sabe o que eu achei.
Ah, voltei. Essa intertextualidade ficou muito bonita.
ResponderExcluirA esperança de dias melhores que envolvia a juventude dos anos 90 parece ter evaporado, juntamente com o senso crítico e as músicas de qualidade.
O sentimento que fez com que centenas de pessoas saíssem às ruas exigindo "Diretas já" parece ter pegado carona com ditadura e ido embora.
A motivação dos caras-pintadas que, em coro, pediam o impeachment de Color parece ter saído de cena, assim como o então presidente.
O que me resta é tirar o pó dos antigos cd's e apreciar a melancolia e a crítica de tempos que não vivi.
O mercado musical hoje em dia está mesmo indo de mal a pior...
ResponderExcluirBandas consagradas estão dando lugar à modinhas,coisas que vem e que passam.
Se agora estão no auge,logo serão esquecidos.(espero).
O rock ultimamente está em decadencia mundial.
Se para muitos,os coloridos são sinônimo de boa música,o que é então um Guns N' Roses,um Iron Maiden,um Scorpions para eles?
Curioso comparar bandas tão distintas.
Mas perceber o quanto as modinhas,e o rock camuflado dessas bandas cujos produtores apostam mais em rostinhos bonitos,ao invés de apresentar verdadeiramente uma boa música..
Lamentável.
Os jovens de hoje em dia já não sabem o que isso significa.
Concordo com a Lilian.
ResponderExcluirSó nos resta mesmo,ouvir e apreciar as músicas antigas,dos tempos de nossos pais,avós...e que por muitas pessoas,e principalmente jovens, são julgadas arcaicas,dentre outras coisas.
O senso crítico,não é algo notório no gosto musical dos jovens de hoje em dia.
5 prêmios para o Restart no VMB é demasiadamente lamentável e uma afronta ao rock brasileiro.
ResponderExcluirachei interessante.. http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20100427202420AAs1Ad7
ResponderExcluirO pior foi eles serem comparados aos Beatles.
ResponderExcluirArrr, nem comento.
Sim, mas as condições do passado também eram mais favoráveis,na minha opnião, para pessoas fazerem fama era mil vezes mais difícil, as bandas eram mais selecionadas, como não tinha espaço para tanta gente assim na mídia. E Claro que visual importava, mas não era tudo, já que as bandas hoje em dia são 95% visual e 5% distorção.
ResponderExcluirIndicação: Lílian C.
ResponderExcluirNo meu concentimento é que..
ResponderExcluirGosto não se discute. E cada um sabe o que faz, se ouve rock e faz da música a sua vida. Uns buscam inspiração na música, já outros usufruem da música sem ter capacidade própria de pensar. As coisas lógicas, com as coisas não lógicas, nada faz sentindo diante de todas as músicas que nós ouvimos obcenas nesse mundo. /nem sei como escreve obcena, mas rlx/ and.. END